Resumo: | A redução nos índices de mortalidade infantil e de desnutrição observada nas últimas décadas em todo país, embora distribuída de maneira desigual entre o conjunto da população, remete ao questionamento sobre quais os fatores que poderiam ser responsáveis por esse desfecho. A melhoria nas condições gerais de vida seria a resposta esperada, significando que o acesso à educação, ao trabalho e à renda, às melhores condições de moradia, ao saneamento básico, à água tratada e aos serviços de saúde, estaria contribuindo para os resultados observados. O aumento da duração da amamentação, observado na última década, e a ampla utilização de ações de grande impacto na sobrevivência infantil, tais como o uso de solução de reidratação oral, poderiam ainda responder por esses desfechos. Investiga-se o impacto do aleitamento materno sobre a desnutrição, no segundo ano de vida, a partir do indicador estatura/idade. O efeito do aleitamento materno sobre a mortalidade infantil no período pós-neonatal foi também verificado. Os dados utilizados foram coletados na Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (1996). A metodologia aplicada considera a existência de correlação entre as observações, levando em conta o impacto dos fatores relacionados à criança, à familia e à comunidade, analisados através de modelos hierárquicos. Não foram observados efeitos significativos da amamentação sobre a desnutrição, no segundo ano de vida. No entanto, a amamentação, independentemente de sua duração, avaliada em função do tempo médio em que foi praticada, ou do tipo de aleitamento desempenhado pelas mães pesquisadas, conferiu uma proteção de 75 por cento contra o óbito pós-neonatal, quando comparadas às não amamentadas. Em relação à desnutrição, o efeito da área onde a criança reside foi significativo, enquanto que, no estudo a mortalidade pós-neonatal, foi evidenciada uma correlação entre os óbitos ao nível da família. (AU).
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